Stories de Sucesso Podem Custar Caro: Entenda os Riscos Legais

Como evitar processos por ostentação empresarial nas redes sociais

Na era digital, onde “vender estilo de vida” parece mais eficaz do que vender o próprio produto, muitos empresários e empresas caem na armadilha de exibir faturamentos astronômicos, resultados fora da curva ou comparações exageradas entre o “antes e depois”. Embora visualmente atrativos, esses conteúdos — especialmente os famosos stories de sucesso — podem estar caminhando na tênue linha da ilegalidade. O problema não está em divulgar o sucesso, mas em omitir riscos, induzir expectativas irreais ou usar depoimentos que não condizem com a média real dos resultados.

Impacto nos Negócios: Pequenas x Grandes Empresas
O risco jurídico da ostentação não escolhe tamanho: impacta tanto startups e MEIs quanto multinacionais. Para as pequenas e médias empresas, os prejuízos podem ser devastadores: desde ações cíveis por propaganda enganosa até fiscalizações e autuações por órgãos de defesa do consumidor. 
Já para grandes marcas, além dos prejuízos financeiros, o dano à reputação pode ser irrecuperável.

Empresas que oferecem infoprodutos, mentorias, franquias e serviços de alto retorno financeiro são as mais visadas. Quando prometem ganhos milionários com “zero esforço” ou mostram gráficos de faturamento descolados da realidade média do cliente, podem violar diretamente o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e dispositivos do Código Civil.

Desafios para Pequenas Empresas
As pequenas empresas são as que mais se arriscam. Sem acesso a departamentos jurídicos robustos, acabam copiando modelos de “coach de palco” ou estratégias de marketing agressivas de grandes influenciadores. O problema é que, na ausência de aviso legal, contratos claros e comunicação transparente, os empresários podem ser responsabilizados pessoalmente por ofertas enganosas ou promessas não cumpridas.

Exemplos práticos
Caso 1 – Infoproduto Promete R$ 100 mil em 30 dias:
Empresário divulga stories com seu dashboard de vendas e diz: “Se eu consegui, você também consegue. Basta aplicar o método”. Um aluno compra, não consegue o mesmo resultado e processa por propaganda enganosa. O juiz condena com base no art. 37 do CDC.

Caso 2 – “Antes e Depois” de Clientes em Mentoria de Vendas:
A empresa usa o testemunho de um cliente específico que faturou alto após a mentoria, sem explicar que esse caso é fora da curva. A ausência de uma nota informando isso viola o dever de transparência previsto no art. 6º, III do CDC.

Caso 3 – Franquia Promete Lucro em 3 Meses:
Em postagens patrocinadas, a franqueadora garante retorno financeiro em prazo curto. O franqueado, sem alcançar esse retorno, pede rescisão contratual por vício no consentimento. O STJ já reconheceu a validade de tais argumentos em casos similares.

Dica de Especialista
Ao publicar qualquer conteúdo que envolva promessas, resultados ou ganhos, adote as seguintes práticas:
• Sempre insira aviso legal com linguagem acessível, mencionando que os resultados variam.
• Evite termos absolutos como “garantido”, “sem riscos”, “milionário em 30 dias”.
• Exija contratos com cláusulas de não promessas e expectativa de resultado.
• Consulte previamente uma assessoria jurídica especializada em direito do consumidor e publicidade empresarial.

Alerta Legal
As práticas de ostentação empresarial podem violar:
• Art. 37, §1º do Código de Defesa do Consumidor (CDC): Proíbe propaganda enganosa e abusiva.

• Art. 6º, III do CDC: Garante ao consumidor o direito à informação adequada.

• Art. 927 do Código Civil: Gera obrigação de reparar danos decorrentes de ato ilícito.

• Resolução CONAR: A publicidade deve ser verdadeira, clara, e apresentar todas as condições.

Alterações recentes na jurisprudência indicam que "marketing de ilusão" pode configurar responsabilidade objetiva mesmo sem intenção de enganar.

Conselho Estratégico
Evite riscos com estratégias preventivas:
• Faça auditoria jurídica de conteúdos de marketing antes da publicação.
• Crie manuais internos de conduta publicitária para redes sociais.
• Tenha cláusulas protetivas nos contratos com clientes, alunos e franqueados.
• Mantenha registros das campanhas e das condições oferecidas no momento da contratação.
• Ofereça treinamentos sobre responsabilidade legal nas redes a influenciadores contratados.

Conclusão
Em um cenário onde a ostentação virou estratégia de venda, não saber os limites legais pode custar caro. Stories de sucesso, quando descontextualizados, podem ser vistos como propaganda enganosa ou prática abusiva. Empresários precisam ir além do marketing: devem entender que a transparência e a legalidade são pilares para o crescimento sustentável.

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